segunda-feira, 6 de abril de 2015

2# Adaptações medíocres de materiais excelentes - SHERLOCK HOLMES

     Lembram que falamos na semana passada sobre PRIEST? (clique AQUI para ver) Pois é, hoje falaremos sobre SHerlock Holmes, pois uns acharam o filme o máximo, outros odiaram, mas será que esses dois tipos de pessoas tiraram suas conclusões com base no material original? Afinal, o maior detetive do mundo não ganhou esse título sendo um investigador ninja modafoca.



     Sherlock Holmes é um personagem (não, ele não existiu, seu zé mané) criado por Sir Arthur Conan Doyle. Os contos inicialmente eram publicados em jornais e foram compilados em livros posteriormente.


O FILME

     Temos um Sherlock sarcástico e irônico, com um sorriso capcioso e respostinhas na ponta da língua... igual a Tony Stark. Podemos ver uma versão bem física do personagem, onde a citação de "exímio pugilista" é levada ao pé da letra e assumida como característica presente em todo o filme.


     A ação não para. Entre lutas e perseguições, temos algumas explosões, desmoronamentos e cenários destruídos por completo.
     Seu amigo Watson o segue como uma babá, cuidando do amigo problemático enquanto tenta levar uma vida normal.


     Irene Adler, aqui, como musa e interesse amoroso de nosso herói tem grande importância na trama.


OS LIVROS 

     O Sherlock dos livros é um homem extremamente inteligente e igualmente anti social. Seus hábitos estranhos já seriam o suficiente para afasta-lo das pessoas, mas ainda temos seu vício em cocaína, sua arrogância e prepotência. Suas habilidades como boxeador são citadas e utilizadas em alguns contos, mas o foco sempre está em seu intelecto, assim como a maioria dos conflitos são resolvidos por "confrontos intelectuais".

Estátua de Sherlock em Londres

     Watson é seu amigo e companheiro de aventuras. Seu interesse pelos casos de Sherlock, fazem com que este, escreva e publique as aventuras do amigo e mesmo se casando (algumas vezes), não abandona seu parceiro.




     Claro que Hollywood transformou Sherlock em um "herói" e deu ao filme todos os apelos comerciais necessários, mas a essência do personagem acabou sendo deixada de lado. Não estou dizendo que o filme é ruim (na minha opinião ele é apenas cansativo), mas para alguém como eu, que cresceu lendo os contos de Sir Arthur Conan Doyle, aquele não era o Sherlock que conheci.



     Devo dizer que curti a segunda vez que vi o filme (em DVD). Eu já sabia que aquilo era apenas uma adaptação e que, embora não fosse o mesmo personagem do livro, ele era... divertido.

     Além dos dois protagonistas, tivemos um destaque gigantesco dado a Irene Adler, quando nos livros, a moça aparece apenas em UM CONTO, onde acaba passando Sherlock para trás, fazendo com que o mesmo a admirasse. Não tem romance. Não tem porta retrato com fotinho (igual ao filme). Ele apenas a admira por ter sido tão sagaz, a ponto de enganá-lo em um caso.



     O filme também exagera nas explicações. Claro, nos livros, Sherlock sempre (ou quase sempre) explica suas deduções, mas no filme, algumas coisas parecem desnecessárias como a descrição detalhada de sua perseguição a Irene Adler no centro de Londres (BORING) ou suas lutas com sua "visão dedutiva" (a primeira vez que ele derrota um cara com seu "poder dedutivo" é maneira. As demais são um saco).



     Nos livros, dificilmente vemos explosões, tiroteios e lutas. Tudo é muito mental. As análises, investigações, coleta de provas, tudo é interessante, não sendo necessário a destruição completa de um navio ou uma luta quase cômica com um gigante e sua marreta.



     Novamente digo: não acho o filme ruim, apenas acho que não foi a melhor adaptação do maior detetive do mundo. Comparado a série da BBC e até mesmo a Gregory House (sim, o médico mal humorado é assumidamente inspirado no detetive londrino) o filme de 2009 deixa a desejar... e muito.